quinta-feira, 19 de novembro de 2015

20 de Novembro, dia da Consciência Negra... Algumas reflexões



Encontrei minhas origens

(...)

Encontrei minhas origens
Na cor de minha pele
Nos lanhos de minha alma
Em mim
Em minha gente escura
Em meus heróis altivos

Encontrei
Encontrei-as enfim
Me encontrei.

Oliveira Silveira

          Começo o texto com este singelo e profundo poema, de uma das grandes vozes em defesa dos negros no Brasil, o poeta Oliveira Silveira, no sentido de mostrar o encontro com a ancestralidade, com a história, com a negritude que existe em todos os brasileiros, com as negações que o povo negro sofreu e sofre na construção desse imenso país.

          Para muitos, o dia 20 de novembro é apenas mais uma data, mas para quem teve e tem esse encontro com as origens da “minha gente escura” é um dia de profundas reflexões, de lutas, de comemorações, de buscas, hoje, que é dia de Zumbi dos Palmares, um dos nossos heróis altivos, e dia da Consciência Negra, é o dia para lembrarmos as atrocidades cometidas contra os negros durante a escravidão, do racismo que ainda corrói nossa sociedade e ceifa a vida de milhares de jovens, crianças, mulheres e homens nesse país e em vários lugares do mundo.

         Hoje também é dia de lembrar dos cinco “nãos” históricos, que segundo Leonardo Boff, os negros e em geral a população pobre e marginalizada desse Brasil são vítimas. Primeiro veio a “colônia”, assim, fomos reduzidos a condição de não-povo; segundo a “escravidão” fomos levados a categoria de “não-pessoa”; terceiro a “exclusão social” que faz do ser pobre, preto um “não-cidadão”; o quarto é o “racismo” que coloca muitos seres humanos como desprezíveis, inferiores; e por último a “marginalização religiosa” que faz mulheres e homens serem indignos de serem filhos de Deus. E dessa forma, os negros foram arrancados de suas terras, de suas origens e transplantados como “bichos” enjaulados, maltratados, desnudos para Novo Mundo, esse, que foi sucumbido a ganância e a maldade do homem europeu, trazendo o mal da superioridade de uma cor e inferiorização dos demais.

          Ser negro é uma batalha diária de afirmação, porque fomos acostumados nas escolas, nos lugares de convívio social que nossa cor não é bonita, que nossa pele é suja, que nosso cabelo é ruim, que nossas mulheres merecem empregos ínfimos, que nossos jovens precisam morrer todos os dias vítimas do tráfico, da violência, das drogas. Dizem que o nosso lugar não é nas universidades, que não merecemos ter uma profissão, uma família, uma casa, por que não temos “alma”, porque nossa pele é imunda, por que nossa religião é coisa do “demônio” que nossos orixás são coisas do mal, que nosso lugar é na favela, nos subúrbios ou nas prisões.

          Mas diante de todos estes estereótipos que nos foram dados ao longo dos séculos, o que temos a dizer e a mostrar ao mundo é que nossa cor “Negra, Preta” é linda, nossas mulheres maravilhosas, nossos jovens são seres humanos como os demais, que nossos ritmos são contagiantes, que nosso axé traz a energia da vida, que nosso cartão de visita é a alegria de viver e mostrar que a cor da pele que nos veste não dever servir para diminuir as pessoas, que não importa se somos negros, brancos, índios, que nossas crenças sejam diversas, o importante é que somos humanos e devemos respeitar as diferenças na busca pela paz, paz entre as nações, paz entre as pessoas.

          Assim como Martin Luther King “Eu tenho um sonho”, sonho de que as histórias dos nossos ancestrais negros façam parte do currículo escolar, que nossos jovens não morram vitimados pelo racismo que mata todos os dias, que nossas mulheres negras não sejam vistas apenas como objetos sexuais, empregadas domésticas e faxineiras, pois temos capacidade de termos qualquer profissão. “Eu tenho um sonho” de que minha nação não seja racista, preconceituosa e exclusiva, que busque a equidade entre os povos.

         E para finalizar as reflexões desse 20 de novembro trago uma frase do nosso maravilho e saudoso Bob Marley “Enquanto a cor da pele for mais importante do que o brilho nos olhos, haverá guerra” 

Por Ana Paula de Lima
Mulher, Negra, Brasileira

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Nina Simone, "a Alta Sacerdotisa da Alma"


          
          A música acima "Feeling Good" (me sentindo bem) traz em sua melodia a letra, a singularidade, o poder e a magia envolvente da "Alta Sacerdotisa da Alma", Nina Simone, uma voz que transcende o tempo e o espaço, uma musicalidade de hipnotizar quem a houve. Assim é toda obra dessa mulher negra, estadunidense, que sentiu a vida de forma extraordinária, que viveu seus altos e baixos, mas não deixou de ser Nina Simone.
          Uma das artistas mais irreverentes que o século XX conheceu, um verdadeiro ícone da música americana. Eunice Kathleen Wayman, nascida em 1933 numa comunidade negra da Carolina do Norte, foi uma pianista, compositora, cantora e ativista pelos direitos civis norte-americanos, que deixou para o mundo uma obra musical verdadeiramente atemporal.
Nina Simone,Google Imagens

          Incompreendida por muitos pela sua genialidade, e admirada por vários pela coragem de transcender as barreiras sociais e raciais, e gritar para o mundo as segregações existentes com sua voz perturbadora e quase exógena, Nina, conheceu o mundo pelo viés da exclusão por ser negra, por ser mulher. E como mesma disse foram poucos os momentos em que sentiu o que é ser livre e compreendeu com profundidade o conceito de liberdade.
          Em 1972 ela disse "É um sentimento. Liberdade é apenas um sentimento. É como tentar explicar para alguém como é estar apaixonado. Como você vai explicar isso para alguém que nunca sentiu? Você não consegue. Mas você sabe quando acontece. Houve algumas vezes no palco em que eu realmente me senti livre. E isso é uma coisa incrível. É realmente incrível. Eu te digo o que a liberdade significa para mim: nenhum medo! Realmente nenhum medo. Se eu pudesse ter isso por metade da minha vida... É algo que realmente se sente. Como um novo jeito de enxergar."
          De fato, Nina transcendeu ao entender o sentimento da liberdade e de sentir-se em poucos e raros momentos livre numa sociedade racista, machista e exclusiva. Através de um olhar penetrante que mostrava a sensibilidade e voracidade de sua alma ela foi uma mulher que enxergou os conflitos sociais, a segregação, a militância com o fervor, e fez de sua voz um grito de alerta e de luta contra as injustiças de seu tempo, mas sempre atormentada pelas lembranças de uma infância marcada pela segregação racial, em conflito com a sua realidade e com o não alcance da liberdade interior de poder ser Nina Simone.
Nina Simone, Google Imagens

          A busca pela liberdade faz Nina ver seu talento como obrigação e tudo, a família, o amor se torne um fardo pesado e em 1970 ela abandona tudo. Nos anos 80 foi encontrada abandona na França, com o passar dos anos tornou-se maníaco-depressiva e o tratamento ao qual se submeteu acabou comprometendo seus reflexos e sua irreverente voz.
          Lançou diversos álbuns ao longo de sua carreira, cada qual com um nível diferente de voz, melodias e letras que marcaram gerações e permanece seguindo se curso no tempo e em diversos espaços desse imenso planeta. Em 21 de abril de 2003 a voz que encantou e desencantou-se tantas vezes com o mundo morre aos 70 anos, segundo seu empresário, de causas naturais. Mas seu legado continua...
         Nina Simone, em sua autobiografia, diz que sua função como artista é "... para fazer as pessoas se sentirem em um nível profundo." E de fato que teve a oportunidade de sentir as canções dela vai sempre mais além, mas profundo, realiza uma viagem guiada pela sua voz.
          Em junho desse ano o Canal Netflix liberou o documentário "What Happened, Miss Simone?" (O que houve, Srta. Simone?). Dirigido por Liz Garbus, o documentário trás uma série de entrevistas e cenas raras de shows de Nina, além de depoimentos de pessoas ligadas a ela. Confira o trailer abaixo.
Trailer do Documentário "What Happened, Miss Simone?"

E o legado de Nina Simone continua...

Por Ana Paula de Lima

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Prandi: o Adivinho, o Trovão e o Arco-íris

Reginaldo Prandi
          Hoje o Blog Afros Brasil trás um pouco das produções Literárias de Reginaldo Prandi. Sociólogo e escritor, atualmente dedica-se à sociologia da religião, com ênfase nas religiões afro-brasileiras, evangélicas e católica. Autor de mais de 30 obras na área de sociologia, mitologia, literatura infanto-juvenil, entre outros, é ganhador de vários prêmios literários, e hoje é Professor Sênior do Departamento de Sociologia da USP e pesquisador do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
           Reginaldo Prandi, assim como outros autores trás no cerne de suas obras questões referentes as religiões de Matriz Africana, seja de modo ficcional ou em estudos e pesquisas acadêmicas. O fato é que sua obra se traduz numa riqueza de registros sobre nossa ancestralidade africana e afro-brasileira, com suas histórias, seus mitos seus olhares sobre o  mundo. 
          
Trilogia Infanto-juvenil: o Adivinho, o trovão e o Arco-íris

            No universo infanto-juvenil Reginaldo Prandi traz três livros extremamente significativos do ponto de vista literário dos contos africanos sobre os orixás (divindades da natureza), para quem é professor da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio é uma maneira interessante para inserir nas aulas os mitos e histórias da Cultura e religiosidade Afro-Brasileira e Africana. Vamos conhecê-los...

Imagem da capa do livro Ifá, O adivinho

          Ifá, o Adivinho, é o primeiro livro da trilogia infanto-juvenil de Prandi, escrito para crianças e adolescentes, oferece uma leitura agradável, ao mesmo tempo em que mostra um rico conjunto de personagens, modos e costumes do universo cultural africano que se tornou parte da diversidade cultural afro-brasileira.
          O livro conta a história de um adivinho chamado Ifá, que joga seus búzios mágicos para adivinhar o destino das pessoas e assim, ajudar com seus problemas, mas o que ele mais gosta de fazer é auxiliá-las a fugir da morte. O cenário riquíssimo em detalhes dos tempos antigos da África e seus mitos. Lançado em 2002 com ilustrações de Pedro Rafael e Capa de Raul Loureiro. 
          O Programa Livros Animados do Canal Futura tem um capítulo dedicado a história de Ifá, o adivinho. Para conferir vejo o vídeo acima.


           
          O segundo livro da trilogia de Prandi é Xangô, o Trovão, baseado em outro livro do autor: Mitologia dos Orixás, lançado em 2001. Xangô é o deus do trovão, de acordo com a mitologia dos deuses africanos - orixás.
          Xangô é o responsável pela justiça e quando era mortal, segundo as lendas e mitos, ele era um rei poderoso e que tinha várias mulheres, entre as quais estão as yabás Oxum, Iansã e Obá. O livro lançado em 2003 também trás a riqueza de ilustrações de Pedro Rafael.


          O último livro da trilogia é Oxumaré, o Arco-íris, lançado em 2004, conta algumas das muitas histórias desse orixá, ele que é o filho da yabá mais antiga, Nanã, e viveu em tempos remotos da humanidade, sendo sempre admirado e invejado pelas suas luxuosas roupas coloridas, o enredo do livro gira em torno da sua transformação em arco-íris. Assim como os demais, o livro trás uma riqueza de detalhes com as ilustrações de Pedro Rafael.
          Estas obras são relevantes por tecer um registro das muitas histórias dos deuses africanos que vieram para o Brasil e que aqui vivem até hoje no panteão dos deuses afro-brasileiros. E, além disso é parte fundamental da construção do país e das muitas formas do brasileiro agir, pensar e fazer, e levar essas histórias para as escolas, para as rodas de leituras, e outros lugares é uma forma de valorizar nosso patrimônio cultural material e imaterial, além de mostrar para as pessoas o universo encantador dos orixás, da cultura e das religiões de Matriz Africana. É importante frisar que existem muitos outros autores, escritores, contadores de histórias, cantores, que tem obras maravilhosas sobre essas temáticas e que precisam serem disseminadas por todos os cantos o nosso imenso Brasil.
          Para quem quiser se aprofundar nas leituras dos livros, eles se encontram a venda em várias livrarias do Brasil.


Por Ana Paula de Lima 

terça-feira, 22 de setembro de 2015

As novas roupagens da escravidão no século XXI

          Hoje vamos falar um pouco sobre as heranças da escravidão, mas especificamente a escravidão negra, que na realidade nunca acabou neste país, apenas vestiu novas roupas, se adaptou ao chamado progresso da nação, consentiu novas formas de se fazer presente nas estruturas sociais do Brasil. A cena descrita na pintura de Debret acima, data do século XIX,  mas em pleno século XXI essas cenas ainda são comuns, agora as empregadas domésticas, em sua maioria negras, deixam seus filhos nas periferias das cidades para cuidar da casa e dos filhos da burguesia.
          São mães que desde cedo convivem com a solidão, com a inquietação de não cuidar da educação de seus filhos, de não estarem presentes nos momentos em que eles precisam. E essa realidade ainda piora quando o Estado não faz a sua parte e as políticas públicas não atingem suas finalidades, ou seja, educação, saúde, segurança, moradia, lazer não chegam as periferias das cidades, e quando chegam a qualidade é desoladora. E nessa perspectiva quem chega com toda a "assistência" é o tráfico de drogas, a violência, a morte.
         
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         Há quem diga no Brasil que somos um país sem racismo, que as questões raciais, que não se restringem apenas aos negros, é algo ultrapassado, que conseguimos viver harmonicamente com todos independente da cor da pele ou da  classe social, gênero, mas isso é apenas um discurso fajuto de quem tem se privilegiado com essa realidade de exclusão há muito tempo. Mas as batalhas são diárias em todos os lugares, olhem a situação do índios do Brasil? São milhares morrendo por direitos que lhes pertence: pela vida, pela terra, pela sua identidade.
         
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Vejam a situação dos nossos presídios, a senzala só mudou de nome, segundo dados que são veiculados por institutos de pesquisas quase ou mais de 80% da população carcerária é preta, a maioria analfabeta que em função das muitas formas de exclusão chegam a esses lugares. Sempre quando falo isso muitas pessoas dizem que "todos temos escolhas, essas pessoas estão nessa vida por que escolheram os caminhos errados", mas devemos ser consciente das condicionalidades das escolhas, que nossa liberdade é condicionada, que os conhecimentos que chegam até nós são limitados, que as marcas da escravidão estão entranhadas em nossas vidas através do racismo que delimita nossa caminhada e nossas oportunidades.
          Há muito a ser feito, a ser repensado, precisamos enxergar a diversidade de cores existentes, e que nenhuma é melhor ou pior do que a outra. É necessário valorizar a cultura, a história, a religião, as formas de sentir e de pensar as diversidades que tornam o Brasil um país exuberante.
         
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          O racismo é sim uma realidade que no fazer e no discurso de muitos é algo natural e que deve permanecer assim, mas seguiremos em marcha e na luta pela equidade e por uma sociedade que não nos diminua pela cor de nossa pele. Que a escravidão ainda é uma realidade gritante em nosso país e que essas reflexões são necessárias para nos conscientizar e lutar...

Por Ana Paula de Lima
         

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Mulher negra também ama! As trajetórias de solidão das mulheres negras no Brasil

Solidão e Racismo
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          A Revista Fórum em publicação no dia 10/09 do corrente ano trouxe uma matéria bastante elucidativa sobre uma temática ainda pouco abordada, ou mesmo vista em variados setores da sociedade brasileira: a questão da afetividade das mulheres negras, ou seja seus relacionamentos amorosos, suas construções familiares, suas trajetórias de vida.
          O processo de escravidão que provocou a diáspora africana trouxe consigo a marca da solidão, da subalternação, e da construção de uma mulher negra servil, tanto no âmbito social, amoroso, quanto no sexual. Segundo dados do Censo do IBGE de 2010 mais da metade das mulheres negras no Brasil não vivem em comunhão, isso nos remente a uma questão histórica e social, de que as nossas relações afetivas foram e são construídas através dos processos de segregação entre brancos e negros e pelo machismo que vem agravar essa situação.
Mulheres Negras
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         No mercado matrimonial as mulheres negras saem em desvantagem com relação as mulheres brancas, pois essas últimas são aceitas como o padrão ideal para o casamento, são as "boas moças" que desde a colônia tem um "papel de respeito perante a sociedade", enquanto as negras pela sua cor, cabelos, aparência e lugar social em que sempre foram postas não são para casar.
         Os homens negros reproduzem esses discursos no sentido de perpetuá-los, pois uma parcela significativa desses homens casam-se com mulheres brancas e em muitos casos as negras servem como amantes ou "diversão sexual". Não estou aqui dizendo que não sou a favor dos casamentos inter-raciais, mas quando olhamos alguns dados e as próprias configurações da sociedade brasileira percebemos que há algo de muito errado nessa conjectura.
       
Mulher Negra
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          Essas constatações se apoiam em duas crenças que estão entranhadas em nossa cultura: o Racismo, por defender a superioridade de uma cor em relação a outra, e o Machismo que tenta diminuir o ser e o papel da mulher na sociedade. A mídia também tem contribuído de forma significativa e determinante na divulgação e perpetuação de esteriótipos negativos com relação as mulheres negras, com comerciais, novelas e seriados em que as colocam em papéis subalternos e na maioria das vezes em núcleos familiares sem a presença do marido. Isso acaba internalizando no imaginário social que a mulher por ser negra não merece amar ou ser amada, que seu lugar, que antes era na senzala ou na cozinha da sinhazinha, agora é na periferia e nos trabalhos domésticos das madames das cidades.
         
Odara
Artista plástico Muha Bazila
           Não estou aqui reproduzindo um discurso histórico totalitário, no sentido de que todas as mulheres negras do Brasil são vitimadas pela solidão. Mas diante de diversas pesquisas, estudos e a luta de diversas mulheres é notável que uma parcela de mulheres negras se encontram nesta situação, e que merecem um olhar diferenciado no tocante as suas relações afetivas e sociais, sem mencionar a construção histórica e social das mulheres negras no Brasil, assim como o próprio racismo que tenta naturalizar todas essas questões. Mas apesar dos teriótipos negativos, a mulher negra também ama, se apaixona, tem o direito de ser amada, por que acima da cor ou de qualquer diferença somos humanos.
         Para conhecer mais sobre a temática e vocês construírem seus próprios pontos de vista, disponibilizo abaixo alguns links importantes que serviram de base para a produção desse artigo:


          Sintam-se a vontade e convidados a comentar sobre o artigo, ou mesmo nos dar sugestões de futuras publicações.


Por Ana Paula de Lima

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Nota de Esclarecimento

         Boa tarde a todos e a todas, em nome do Blog Afros Brasil pedimos desculpas por não ter postado mais artigos e matérias. Isso se deu em função de algumas conferências que ocorreram a nível Territorial e de Estado e que estivemos diretamente envolvidas. Mas a partir de agora manteremos nosso fluxo de publicação contínuo.

         Desde já agradecemos a todos e todas que estão curtindo nosso blog, estamos abertos a críticas e sugestões de publicação, é só entrar em contato conosco pelo whatsapp ou por e-mail. Vamos levar conhecimento para as pessoas... 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Os negros e a Independência do Brasil- Alguns apontamentos

O Grito do Ipiranga de Pedro Américo
         A obra o Grito do Ipiranga de Pedro Américo, faz referência a um momento histórico e patriótico estampado em todos os livros didáticos de história do país, no entanto da mesma forma que a pintura foi majestosamente criada, de maneira que não retrata a diversidade de fatos que ocorreram nessa época , por se tratar do olhar de um artista sobre a Independência do Brasil, há de veras muitos pontos negligenciados em nossa história enquanto nação, que é diversa, que agrega diversas formas de agir, pensar e fazer.
        Hoje, 07 de setembro de 2015 ainda vivemos sobre  as sombrias tentativas de apagamento da memória e da identidade do Povo Negro, que estiveram decisivamente em praticamente todos os momentos da história do Brasil, mas convivem, até os dias atuais com o discurso da invisibilidade social e com as atitudes de uma sociedade racista que apaga dos livros a história do povo negro, como povo ativo na construção do Brasil.
         
Imagem Raízes
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          De acordo com a publicação do Atabaqueblog a participação dos negros na Independência do Brasil se deu destacadamente na Bahia, através do recrutamento forçado de escravos e ex-escravos, diante da negativa dos Senhores de Engenho em apoiar a emancipação da província baiana,e consequentemente a independência da Colônia. Mas essa participação além de ser desumana trouxe diversos outros pontos que precisam ser analisados. Para ler a matéria na íntegra acesse: Atabaqueblog - O negro e a independência do Brasil
          Mas hoje o que há de fato pra se comemorar? O negro, o mulato e tantos outros personagens relegados as catacumbas do processo social e degradante desta nação. Hoje de fato é um dia para se refletir sobre a invisibilidade do negro nos livros de história, no mundo acadêmico, nas políticas públicas, uma invisibilidade que mata silenciosamente em todos os lugares do Brasil.
           Para saber mais sobre a participação dos negros na guerra de independência na Bahia, leiam o artigo:"Em outra coisa não falavam os pardos, cabras, e crioulos": o "recrutamento" de escravos na guerra da Independência na Bahia.


Por Ana Paula de Lima
        

domingo, 6 de setembro de 2015

06 de Setembro Dia Internacional da Ação pela Igualdade da Mulher - Reflexões sobre as Mulheres de Axé

Cerimônia Afro-brasileira
Google Imagens, 
         Hoje, 06 de setembro é comemorado o Dia Internacional da Ação pela Igualdade da Mulher, tendo em vista o cenário de desigualdades que assolam as relações entre homens e mulheres, seja no ambiente familiar, no trabalho, nos mais diversos setores das sociedades mundiais. São milênios de história nos quais mulher é tratada como sexo frágil, como ser incapaz de desenvolver determinadas atividades, principalmente aqueles em que envolve poder de decisão.
          É verdade que nas últimas décadas esse cenário vem mudando em alguns países em função da luta de mulheres que batalham por uma vida digna, justa e igualitária. Muitas deram suas vidas por essa causa, que ao meu ver é uma questão de humanidade, de respeito e uma necessidade para uma convivência harmônica entre os povos, tratar a mulher como ser capaz de estar e desenvolver qualquer atividade humana.
          Ainda existem milhões de mulheres que ainda vivem subjugadas a todas as formas de violência e a uma vida degradante e infeliz. No contexto brasileiro isso se configura nas mais variadas formas de discriminação que recai sobre as mulheres, e quando nos referimos as mulheres negras a situação se torna mais complexa devido ao nosso longo histórico de racismo.
Arte Mães de Santo
Google Imagens, 2015.

          Mas aqui gostaria de chamar a atenção para uma questão ainda pouco vista pela nossa sociedade, é o caso das mulheres de terreiro, as Mães de Santo, as Yas, que fazem parte da base religiosa afro-brasileira, se fazendo presente nas diversas religiões de Matriz Africana. São mulheres, na maioria dos casos, invisíveis para a sociedade, para o poder público, sendo sempre estigmatizadas como bruxas feiticeiras, seres do mal, mas que na realidade trazem um histórico de trabalho dedicado as suas comunidades, de amor as suas religiões e seus ancestrais, que não deixam morrer as tradições de nosso país, que é negro, é afro, de raízes tão africanas e indígenas, não desmerecendo a contribuição das mulheres branca.
          Hoje, dia emblemático cabe uma reflexão sobre o papel importante dessas mulheres para a história desse país. Vamos saudar nossas Yabás, os Orixas femininos Nãna, Oxum, Ewá, Iemanjá, Iansã, Obá, nossas Mães de Santo que lutaram e lutam por seus ideais, aqui destaque para Mãe Minininha do  Gantois, Mãe Estela de Oxossi, Mão Gilda e todas mas mães desse imenso país que em seus afazeres diários mantém suas tradições, sua religiosidade.
Obra do Artista Plastico Wilson Tibério (1923-2005)

         Recomendo mais uma vez que assistam ao documentário Mulheres de Axé- - Vozes contra a Intolerância para compreender mais sobre a temática.

Segue o Link para o documentário.
Mulheres de Axé - Vozes contra a Intolerância


Por Ana Paula de Lima

sábado, 5 de setembro de 2015

Zumbi dos Palmares - Heróis de Todo Mundo

Zumbi dos Palmares
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          "Heróis de Todo Mundo" se constitui numa série lançada pelo Projeto A Cor da Cultura - projeto construindo a partir de uma parceria entre o Canal Futura, a Petrobras, o Cidan - Centro de Informação e Documentação do Artista Negro, o MEC, a Fundação Palmares, a TV Globo e a Seppir - Secretaria de políticas de promoção da igualdade racial, conheça mais no Site do Projeto A Cor da Cultura.
          A série tem como objetivo mostrar que nosso imenso Brasil existiu e existe heróis, que anônimos ou não, nos seus afazeres lutaram e lutam por um país e por uma vida melhor. Esses heróis também têm cor, cor negra, cor sempre esquecida, excluída por nossa sociedade brasileira.
         Heróis de todo Mundo se configura numa série de pequenos episódios, contando um pouco da história de homens e mulheres negras que também construíram a história desse país, mas que sempre foram retirados dos livros didáticos, das escolas, são histórias sobre nossos ancestrais que sempre nos foram negadas, por isso a necessidade de divulgá-las.
          Cantores, atores da atualidade se vestem desses heróis e trazem de uma maneira muito singular pequenos momentos da vida dessas pessoas.
          Hoje o Blog Afros Brasil trás através da série "Heróis de todo mundo" o episódio sobre Zumbi dos Palmares, líder negro que comandou o Quilombo dos Palmares em Alagoas. O dia de sua morte se configura numa data simbólica de luta contra o racismo e o preconceito de cor, o dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra. 
         Vamos conhecer um pouco mais sobre Zumbi no vídeo disponibilizado no Canal Afros Brasil.

Por Ana Paula de Lima


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Dica de Documentário e Livro: "Mulheres de Axé - Vozes contra a Intolerância"

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          Hoje o Blog Afros Brasil traz para o conhecimento dos leitores um Documentário de Marcos Rezende lançado em 2014 e aborda um tema muito recorrente nas religiões de Matriz Africana, aqui mais especificamente o Candomblé, a intolerância religiosa que se abate sobre as casas de cultos e seus adeptos em todo o país. "'Mulheres de Axé - vozes contra a intolerância" aborda a temática de uma forma singular por mostrar o olhar feminino, da mãe de santo, da sacerdotisa, que cultua os orixás, que traz consigo a sabedoria dos ancestrais, o entendimento religioso afro-brasileiro.
         No desenrolar do documentário várias Mães de Santos e Ekedes do estado da Bahia colocam seus depoimentos sobre as atitudes de intolerância que já sofreram e mostram as bandeiras pelas quais acreditam e lutam, se deleitam sobre a força das divindades e a do axé.
          O documentário foi baseado no Livro "Mulheres de Axé" organizado também por Marcos Rezende e lançado em 2013 em Salvador."A publicação conta a história de 150 yalorixás de Salvador, Região Metropolitana e Recôncavo Baiano. É uma valorização pela história de luta, ações empreendedoras e de resistência das religiosas para manter viva a tradição do povo negro e das religiões de matrizes africanas. O material destaca o esforço destas lideranças para manutenção das suas comunidades frente às diversas perseguições e invisibilidade histórica das mulheres do segmento." (Secretaria de Igualdade Racial do Estado da Bahia - SEPROMI).
Livro Mulheres de Axé - Org. Marcos Rezende - 2013
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          Para entender  melhor e tirar suas próprias conclusões confira o livro que se encontra a venda nas livrarias de todo o Brasil e o Documentário no link disponibilizado abaixo.


Por Ana Paula de Lima

terça-feira, 18 de agosto de 2015

O Território do Mato Grande na Marcha das Margaridas 2015

         
Delegação do Mato Grande
       Entre os dias 11 e 12 de agosto desse ano, milhares de mulheres de todo o Brasil e de fora do país se fizeram  presente na maior mobilização de mulheres desta nação: a Marcha das Margaridas. O Rio Grande do Norte contou com uma delegação de mais de mil mulheres que marcharam por dignidade, respeito, democracia, liberdade, segurança alimentar, sustentabilidade e pelo direito de viver. 
Brasília de fato ficou florida com tantas Margaridas, decididas que diariamente constroem um Brasil melhor.
          João Câmara foi representada pela Comunidade do Amarelão através da jovem Jeovana, levando consigo as lutas dos povos indígenas, pelas Ekedes Maria Judite e Maria Jolmária e Maria Petronila, ambas representando as religiões afro-brasileiras da cidade e por Maria José que levou consigo os anseios das mulheres da cidade.
          Jardim de Angicos foi representada pela Funcionária Pública Ana Paula. Estiveram também mulheres dos municípios de São Miguel do Gostoso, Taipú e Touros, ambas mulheres foram articuladas pela Marcha Mundial das Mulheres.

"Seguiremos em Marcha até que todas sejamos livres..."







Festa de Exú e Pomba Gira no Ilê Axe Pai Joaquim de Angola, João Câmara/RN


          É com grande alegria que o Ilê Axé Pai Joaquim de Angola, convida a todos e todas para prestigiar a festa em homenagem a Exú e Pomba Gira que acontecerá no dia 23 de Agosto, próximo domingo, a partir das 19:00 horas, em João Câmara, no bairro do CEAC.
          Será uma festa regada a muita alegria e celebração para essas entidades afro-brasileiras.
          Viva a nossa diversidade religiosa...
              

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Encontro de mobilização para a Marcha das Margaridas 2015




Hoje na sede da AACC – Associação de Apoio as Comunidades do Campo, em João Câmara, estiveram reunidas mulheres de São Miguel do Gostoso, Taipú, João Câmara, Jardim de Angicos e Centro Feminista 08 de Março de Mossoró, para um momento de mobilização e sensibilização para a Marcha das Margaridas 2015 que ocorrerá entre os dias 11 e 12 de agosto em Brasília.


Na ocasião foi explicado o sentido político da Marcha, seus ideais e bandeiras de lutas e foram dados os informes sobre o trajeto da viagem. Assim no domingo sairá uma representação de mais ou menos trinta mulheres do Mato Grande que seguirá para o Distrito Federal marchar por Desenvolvimento Sustentável, com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade.


Destaque para as representações das religiões de Matriz Africana da cidade de João Câmara, Maria Judite e Maria Petronila, ambas estarão em Brasília próxima semana levando os anseios de mulheres de todo o Brasil,  e levantando a voz contra a intolerância religiosa e contra todas as formas de preconceitos e violência.

Entre as participantes estavam Katiane Barbosa, nossa Assessora Territorial de Gestão e Inclusão Social Projeto NEDET – CNPq/ UFRN – MDA, que vem nos acompanhando nessas jornadas, além de ser militante dos movimentos de juventude e de mulheres e representantes da Marcha Mundial das Mulheres.





Para mais informações acerca da luta das Margaridas, acesse: As Margaridas seguem em marcha.


Por Ana Paula de Lima

Créditos das Imagens: Katiane Barbosa e Elidiane Barbosa

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Documentário "Caminhos da religiosidade Afro-riograndense"



Atualmente falar das religiões afro brasileiras é algo possível diante do contexto social em que vivemos, apesar de ainda enfrentar diversos preconceitos que estão enraizados em nossa sociedade e na crença da superioridade das "raças" e por conseguinte na crença de que algumas formas de cultura e religião são melhores que outras.
O documentário "Caminhos da religiosidade Afro-riograndense" apresenta uma face das religiões afro brasileiras, mais especificamente Umbanda, Batuque e Quimbanda que pouco conhecemos em nosso estado, se concentram na região sul do Brasil, mostrando a pluralidade de significados que as entidades (Caboclos, pretos-velhos, pombas giras) e as divindades (orixás) tem em seus variados espaços.
Como essas religiões não são portadoras de um livro sagrado como a bíblia ou o Alcorão, a tradição da oralidade é majestosa na transmissão dos fundamentos e dos conhecimentos de cada casa, em função disso os rituais são diferentes por que os lugares são diversos.

Para entender e construir suas próprias conclusões assista o documentário na íntegra, acessando: Caminhos da Religiosidade Afro-Riograndense.



sábado, 1 de agosto de 2015

Documentário "Retratos da Fé - A Irmandade Sob o Olhar da Fotografia"

Imagem da Festa da Boa Morte
Fonte: Google Imagens


Gravado em 2013 durante a Festa da Nossa Senhora da Boa Morte na cidade de Cachoeira, Bahia, dirigido pela jornalista Hewelin Fernandes e produzido pela TVE, foi produzido em alta definição e faz uma mistura de fotografias, depoimentos e gravações de momentos da Festa religiosa.
A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte realiza todos os anos entre os dias 13 e 17 de agosto a tradicional festa que ocorre desde o Brasil Império e apresenta forte sincretismo religioso entre o Candomblé e o Catolicismo.
A Irmandade é composta por uma Confraria de 23 mulheres que devem ser descendentes de escravos africanos e possuir mais de 50 anos de idade. Essa tradição hoje é patrimônio imaterial da Bahia.
O evento inicia-se com a procissão das irmãs pelas ruas históricas da cidade representando o luto pela morte de Nossa Senhora. Carregada de simbologias e emoção atrai milhares de pessoas do mundo inteiro, principalmente afro americanos e interessados em conhecer a cultura negra e a religiosidade. No decorrer da festa são realizadas missas na Capela Nossa Senhora d'Ajuda e oferecidos pratos típicos da cozinha afro brasileira.
O documentário em si retrata momentos marcantes da festa da Boa Morte e se constitui numa miscelânea de imagens e sons que trazem aos nossos olhos e aos ouvidos a nossa história. A história de um Brasil negro, africanizado em suas raízes e vivências, de um multiculturalismo exuberante.

Para assistir na íntegra o documentário, acesse: Retratos da Fé

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Intolerância Religiosa e as Religiões de Matriz Africana no Brasil


Baianas na Festa de Nosso Senhor do Bom Fim - Salvador/BA
Fonte: Google Imagens


          Os grandes males desse século se encontram na incapacidade do ser humano em aceitar o outro como ele é. Em compreender que cada indivíduo tem o direito de fazer suas escolhas de acordo com o que acredita ser o correto para as suas vidas, desde que isso não agrida seu semelhante. Na realidade esse é um mal que perdura desde os tempos mais remotos da humanidade, as maiores atrocidades ocorridas entre os humanos se deu justamente por essa impossibilidade de aceitar o outro, o mundo prefere viver no caos, na guerra do que encontrar as soluções para os problemas conjuntamente.
           Quando adentramos o campo das religiões as feridas são mais profundas e os atos mais brutais. Muitos matam, discriminam em nome de uma “verdade” que deveria ser libertadora, que deveria amar, entender, perceber que o mais importante é a vida e não a morte, que deveria olhar o mundo sob a ótica da paz e não da guerra.
       No Brasil a Constituição Federal de 1988, lei maior do Estado Brasileiro, diz que todos os indivíduos que vivem nesta nação têm o direito à liberdade de credo, ou seja, somos um país laico e cada cidadão pode ter a religião que achar melhor para sua existência, mas vivemos em um atraso ideológico, social e cultural que mostra o contrário. Existem aquelas religiões mais bem vistas e aceitas pelo povo brasileiro e há aquelas relegadas a marginalização de direitos e a situações que ferem a dignidade humana de escolha.
          A intolerância religiosa é um crime de ódio que fere a dignidade e a liberdade de expressão e de culto das pessoas. Recentemente com a popularização das redes sociais encontramos muitos discursos de ódio contra religiões específicas, aqui me detenho mais especificamente as de Matriz Africana, como o Candomblé, a Umbanda, a Culto a Jurema, entre outras denominações.
         Por séculos os adeptos dessas religiões precisaram esconder suas crenças e seus cultos por serem considerados “rituais macabros” ou coisas desse tipo, mas depois de tantas lutas, que ainda continuam, os cultos afro brasileiros ganharam status de religião e Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
          A intolerância que ronda as religiões de Matriz Africana precisa ser seriamente combatida, e as escolas têm um papel fundamental nesse trabalho, sendo ela a responsável por construir os pilares de uma sociedade mais justa e igualitária. A educação ainda estar longe de cumprir seu papel, mas já caminhamos bastante, hoje, apesar da discriminação, dos atos de vandalismos, do preconceito e do racismo, nossos povos de terreiro estão presentes em espaços por tantas vezes negados, como as universidades, ambientes de discussão de políticas públicas, nas escolas, nas ruas reivindicando seus direitos.
        Avançamos na concretização de alguns direitos, mas ainda falta muito para que o “Povo de Branco”, o “Povo de Santo”, o “Povo do Axé” sejam tratados com o respeito e dignidade que merecem. E assim, construir um país melhor para cada indivíduo que aqui viva.


Ana Paula de Lima
Especialista em História e Cultura Afro Brasileira


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Convite!