Atlântico Negro - Na Rota dos Orixás Google Imagens, 2016 |
O documentário "Atlântico Negro - Na Rota dos Orixás", produzido em 1998 por Renato Barbieri e pelo historiador Victor Leonardi, traz em sua sonoridade e imagens a riqueza cultural africana e afro-brasileira, no que tange, principalmente, a religiosidade, assim como também, a importância desse continente para a construção da sociedade brasileira.
Um dos pontos chaves do filme é a desconstrução das visões etnocêntricas e preconceituosas que temos em reação ao continente africano, como um lugar atrasado no tempo e no espaço, permeado de mazelas sociais, sem vida, sem história, mostrando seu lado cultural que deu origem ao Candomblé na Bahia, ao Xangô em Pernambuco, ao Tambor de Minas no Maranhão, e a tantas outras religiões afro-brasileiras que trazem consigo as tradições dos lugares situados do outro lado do Atlântico.
Desconstruir essas imagens negativas da África e tecer outros olhares sobre suas sociedades nos auxilia a compreender a nossa própria história, tanto no que se refere aos hábitos sociais, quanto aos costumes oriundos desse continente.
O documentário traz personagens com Pai Euclides, Sacerdote da Casa Fanti Ashanti em São Luís no Maranhão, que inicia a narrativa enviando uma mensagem para Vodunon Avimanjá-Non, chede do Templo de Avimange, em Oidá, em Benin, de onde vieram, para o Brasil, muitos homens, mulheres e crianças durante mais de três séculos de escravidão negra, carregando em seus corações e memórias suas formas de pensar, sentir e fazer, ou seja, suas identidades sociais, culturais e religiosas.
O documentário se mostra uma ótima oportunidade para professores, estudantes, pesquisadores e demais interessados em conhecer mais sobre as relações, mais que intrínsecas, entre África e Brasil, e o que resulta do encontro entre sociedades separadas por um oceano, e aproximadas pelas vivências, pela ancestralidade e pela riqueza cultural e social transportadas nos porões imundos dos navios negreiros, que saíam da África com destino ao Brasil, e para outros países da América.
Confira o documentário "Atlântico Negro- Na Rota dos Orixás:
Vamos ampliar os horizontes, compreender a nossa história, a nossas tantas histórias, e aceitar a nossa ancestralidade africana que pulsa em nossa cultura, em nossos costumes, em nossas religiões.
Por Ana Paula de Lima
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