Solidão e Racismo Google Imagens |
A Revista Fórum em publicação no dia 10/09 do corrente ano trouxe uma matéria bastante elucidativa sobre uma temática ainda pouco abordada, ou mesmo vista em variados setores da sociedade brasileira: a questão da afetividade das mulheres negras, ou seja seus relacionamentos amorosos, suas construções familiares, suas trajetórias de vida.
O processo de escravidão que provocou a diáspora africana trouxe consigo a marca da solidão, da subalternação, e da construção de uma mulher negra servil, tanto no âmbito social, amoroso, quanto no sexual. Segundo dados do Censo do IBGE de 2010 mais da metade das mulheres negras no Brasil não vivem em comunhão, isso nos remente a uma questão histórica e social, de que as nossas relações afetivas foram e são construídas através dos processos de segregação entre brancos e negros e pelo machismo que vem agravar essa situação.
Mulheres Negras Google Imagens |
No mercado matrimonial as mulheres negras saem em desvantagem com relação as mulheres brancas, pois essas últimas são aceitas como o padrão ideal para o casamento, são as "boas moças" que desde a colônia tem um "papel de respeito perante a sociedade", enquanto as negras pela sua cor, cabelos, aparência e lugar social em que sempre foram postas não são para casar.
Os homens negros reproduzem esses discursos no sentido de perpetuá-los, pois uma parcela significativa desses homens casam-se com mulheres brancas e em muitos casos as negras servem como amantes ou "diversão sexual". Não estou aqui dizendo que não sou a favor dos casamentos inter-raciais, mas quando olhamos alguns dados e as próprias configurações da sociedade brasileira percebemos que há algo de muito errado nessa conjectura.
Mulher Negra Google Imagens |
Odara Artista plástico Muha Bazila |
Para conhecer mais sobre a temática e vocês construírem seus próprios pontos de vista, disponibilizo abaixo alguns links importantes que serviram de base para a produção desse artigo:
Sintam-se a vontade e convidados a comentar sobre o artigo, ou mesmo nos dar sugestões de futuras publicações.
Por Ana Paula de Lima
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